sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Barcos de Papel




Barcos de papel
Guilherme de Almeida

Quando a chuva cessava e um vento frio
Franzia a tarde tímida e lavada,
Eu saía a brincar pela calçada
Nos meus tempos felizes de menino

Fazia de papel toda uma armada
E, estendendo meu braço pequenino
Eu soltava os barquinhos sem destino,
ao longo das sarjetas, na enxurrada...

Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
Que não são barcos de ouro meus ideais
Que são feitos de papel,tal como aqueles

Perfeitamente, exatamente iguais...
Que os meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais!

Um comentário:

  1. A sede do Senge Sindicato dos Engenheiros, do qual sou Diretor Adjunto para a região de Maringá, fica numa travessa com duas quadras, no centro da cidade e a travessa se chama Guilherme de Almeida, em homenagem justa ao grande poeta do passado. Aliás, os bons poetas pode ser que passarão, mas uns, como diria o Rubem Braga, uns "passarinho". Bom também. orlandolisboa.blogspot.com.br

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