sexta-feira, 30 de março de 2012

Denuncio o Evangelho

DENUNCIO O EVANGELHO
Moysés Amaro Dalva

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! “

Denuncio o evangelho,
O evangelho ferrado
Que se alienou do Homem
E está mancomunado
Com as mentiras diurnas
Do mundo, cheio dos “istas”.

Denuncio o evangelho
Denunciado por Cristo
Que já foi crucificado
Sobre o Calvário moderno
Destes sistemas exernos
De justiça social,
E que ora está vendido

Aos livros-fiscais, aos caixas,
Cujos mercados em baixa
Faz do Homem, marginal.

Denuncio sem delongas
O evangelho-surpresa,
Sem o convívio da mesa.
De mil vidas confundidas
Sem trabalho e sem comida,
Vazias de teto e amor...
Onde a vida, reprimida,
Não tem repouso ou guarida,
Descanso, paz, segurança....

Denuncio o evangelho
Da criança sem carinho,
Cujo berço, lar e ninho
São trapos e viadutos.
Assumindo, por consolo,
A rua, sempre vazia
E a tarde -sem pão- sombria,
Comprometendo o amanhã.

Denuncio como posso
O evangelho do pó
Que emergiu das calçadas,
Assoprando pigmentos
Sobre as almas dos sedentos,
Sedentos de expiação!
Sobre as almas magoadas
Pelas roscas do infortúnio
E as malhas da humilhação.

Denuncio o evangelho
Que não serve para o Mundo,
Que não tem poder profundo
Pra multiplicar os Pães
E os peixinhos da Verdade....
Que se abateu sobre a noite
E atormenta a cidade
Em nome das repressões.
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