DENUNCIO O
EVANGELHO
Moysés Amaro Dalva
“Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! “
Denuncio o
evangelho,
O evangelho
ferrado
Que se alienou
do Homem
E está
mancomunado
Com as mentiras
diurnas
Do mundo, cheio
dos “istas”.
Denuncio o
evangelho
Denunciado por
Cristo
Que já foi
crucificado
Sobre o
Calvário moderno
Destes sistemas
exernos
De justiça
social,
E que ora está
vendido
Aos
livros-fiscais, aos caixas,
Cujos mercados
em baixa
Faz do Homem,
marginal.
Denuncio sem
delongas
O
evangelho-surpresa,
Sem o convívio
da mesa.
De mil vidas
confundidas
Sem trabalho e
sem comida,
Vazias de teto
e amor...
Onde a vida,
reprimida,
Não tem repouso
ou guarida,
Descanso, paz,
segurança....
Denuncio o
evangelho
Da criança sem
carinho,
Cujo berço, lar
e ninho
São trapos e
viadutos.
Assumindo, por
consolo,
A rua, sempre
vazia
E a tarde -sem
pão- sombria,
Comprometendo o
amanhã.
Denuncio como
posso
O evangelho do
pó
Que emergiu das
calçadas,
Assoprando
pigmentos
Sobre as almas
dos sedentos,
Sedentos de
expiação!
Sobre as almas
magoadas
Pelas roscas do
infortúnio
E as malhas da
humilhação.
Denuncio o
evangelho
Que não serve
para o Mundo,
Que não tem
poder profundo
Pra multiplicar
os Pães
E os peixinhos
da Verdade....
Que se abateu
sobre a noite
E atormenta a
cidade
Em nome das
repressões.
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