quinta-feira, 31 de março de 2011

EM UMA AULA PSI



EM UMA AULA DE PSICOLOGIA NO I M S




Não tenho mais poesias
Para poder contraPOR
Á esta aula vazia
Desta ciência Psi...
E o Diabo é que a “chamada”
Não inda realizada;
Não posso sumir daqui.

“Tudo na vida é objeto”
diz do douto professor;
e eu me sinto abjeto
face a tanto desamor;
“O ideal é um objeto”,
diz, em linguagem “chulé”.
Eu cá...me vou afundando,
Xingando, blefando, sacaneando,
Que “Psi..” já não dá pé!

“Somos fantoches de gente,
E a gente se envergonha”,
Vai perorando o meu mestre,
E eu me sinto sem vergonha,
Para confessar que sou
Um poeta sem poesia,
Dentro da aula vazia
Dos substratos da Fé.

Elaboração do Homem
Sob o prisma topológico...
O professor é “tão lógico...”
Pragmatizando assim,
Que eu – poeta pequeno –
De branco fico moreno
De ser tão pequeno em mim!

Estou parado e por fora
Da esquemática Psi...
A classe quase masturba
Sobre as idéias que, aqui

São jogadas, bem a gosto
Da conjuntura atual,
Somando com a teoria
A praxe perimetral
Das distonias do Tempo
Do Homem diagonal.

“Nossa neurose é conflito
e os amassos são culposos”,
mentalmente a classe ensaia
o seu “Insight” de gozo,
na referência precoce
de prazer sexual
desta Odontologia
que ia bem e ora vai mal.

Lá vem “chulé” novamente
E o homem vem da “Sorbone”!
Professor-doutor Psi,
Que o Diabo o abandone!
Tem “chulé” por todo o canto
Nesta palestra formal;

Caramba! – também “swingue”
Entrou na gíria normal!
Aos diabos, caro mestre,
Esta sua pregação.
Vou questionar Karl Marx
Dentro da minha consciência,
Enquanto a sua clemência
Pela ciência Psi...
Vai prosseguindo, eu ma calo.

Vou pensar na minha tarde
De berçários e opressão;
Você fala em “Conjunturas”,
Eu quero a “Revolução”.

São Bernardo do Campo, 05.05.1981

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